quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Deposição de Manuel Zelaya - Honduras & charges

A retirada do poder do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, pode tê-lo transformado inesperadamente em um herói com amigos poderosos.

Zelaya foi detido em Honduras no mês de junho de 2009, período marcado para um plebiscito sobre a idéia de uma consulta sobre a possibilidade de uma reforma constitucional.

Depois de ter que abandonar a residência oficial em Tegucigalpa e ser colocado em avião que o levaria para o exílio forçado na Costa Rica, começou as manifestações de outros presidentes como Barack Obama, dos Estados Unidos, e Hugo Chávez, da Venezuela.

Antes de ser afastado , Zelaya estava isolado. A Suprema Corte acusou Zelaya duas vezes de agir ilegalmente e o procurador-geral de Honduras afirmou que ele deveria renunciar à Presidência.

Zelaya também tinha demitido o chefe do Exército, general Romeo Vasquez, e os chefes da Marinha e Força Aérea também tinham renunciado aos seus cargos.

Ele foi acordado por soldados mascarados que entraram em seu quarto e o então presidente foi levado para um aeroporto militar, onde, ainda de pijama, embarcou em um avião que o levou à Costa Rica.
Nenhum país do mundo reconheceu o novo governo hondurenho.

"O presidente Zelaya foi eleito democraticamente. Ele não completou seu mandato", afirmou o presidente americano Barack Obama.

"Este é um golpe contra todos nós", disse o líder venezuelano Hugo Chávez, que acrescentou que fará tudo o que puder para que Zelaya volte ao poder.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil "não reconhece" o novo governo de Honduras e o Itamaraty suspendeu a volta do embaixador brasileiro ao país.

O novo governo de Honduras afirmou que Zelaya agora é um cidadão comum e deve ser preso se voltar ao país.

Mas, os últimos eventos em Tegucigalpa, com centenas de manifestantes gritando o nome do presidente deposto, provaram que ele ainda tem partidários.

"Ele é o presidente de Honduras, democraticamente eleito. Ele foi seqüestrado por criminosos", afirmou Paulina, professora primária, enquanto insultava os soldados que ocupam o palácio presidencial.

Talvez, buscando inspiração no presidente Chávez na Venezuela, Zelaya, que afirmou que a democracia hondurenha favorecia a elite rica do país, começou a voltar sua atenção para Constituição.

O afastamento de Zelaya foi planejado e orquestrado com muita habilidade. Mas os oponentes do presidente podem ter calculado errado o momento de agir.

Zelaya foi transformado em um símbolo da longa e infeliz luta da América Central contra a ditadura militar.
E a questão permanece se, supondo que esta era a intenção de Zelaya, ele realmente poderia ter alterado a
constituição para estender seu mandato.

Mesmo os líderes mais populares, como Hugo Chávez, descobriram que esta tarefa nem sempre é bem-sucedida.

Os generais, juízes e políticos que decidiram que Manuel Zelaya tinha que ser deposto poderiam estar se perguntando se eles não estariam melhores se não tivessem feito nada.


Hondurenhos foram a luta mais uma vez, em uma numeração incontável foram na Frente Nacional de Resistência Popular lembrando hoje o primeiro aniversário da deposição do ex-presidente Manuel Zelaya, que acusa o comando sul dos Estados Unidos pela sua deposição.




FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,analise-deposicao-em-honduras-pode-ter-sido-acao-mal-calculada,395607,0.htm



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